quinta-feira, 28 de abril de 2011

Respira fundo e descobre...

http://www.youtube.com/watch?v=VrFtqWfhSO0&NR=1&feature=fvwp

"o que será que será que dá dentro da gente que não devia?!"



Tem um desespero velado por um sistema medíocre que continua enganando. Enganado está quem continua achando que temos voz, direito, que vivemos uma democracia. A democracia que vivemos hoje é a do consumo. Seu único direito e o de consumir cada vez mais, derrubam sua moradia, exploram o seu trabalho, sobrevoam sua cabeça destruindo civilizações inteiras. Apartam a sua voz, deixam-te morrer de fome, e dilacerado estás porque roubaram a sua saúde.Agora, estão de olho na sua sanidade. O louco não interessa para uma sociedade hipócrita, porque da mesma forma que ele extrapola a permissão, ele emite sinceridades que dilaceram a acomodação daqueles que choram a sua frente e quando viram as costas dão risadas fechando acordos com o regime mais ditatorial do mundo, o capitalismo selvagem. Nesse mundo, roubaram a sua identidade e a única coisa que fazemos é reproduzir os discursos dominantes, conteúdos descontextualizados, práticas de recrutamento. Roubaram a nossa melhor alma, arrancaram o nosso coração e desmotivados todos estamos porque é interessante que matemos os nossos pares. Você que senta diante da televisão e encontra entretenimento as cegas, você que anda de ônibus pagando por um direito que é livre teoricamente, o de ir e vir, o direito de pertencimento a um lugar, uma cidade, uma raiz. Olhe ao seu redor, você que ainda tem motivos pra sorrir, desfaça esse riso do engano e passe a refletir sobre a catástrofe que vivemos. Não é passado. Todos nós estamos matando ao outro quando erramos por omissão. Levanta. Esse canto que eu sei está dentro de ti ainda pode renascer e nós sempre podemos. Empoderamento e protagonismo social, acorda e comece a fazer valer o seus direitos. Comece hoje a viver você.



Att,

Eu.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

meus olhos, querido amigo, estão nublados
nublados de tanto chover.
meus dias, meu caro amor, estão cansados
cansados de tanto esperar.
meu pranto fragmentado, meu peito cortado
sorriso quebrado e de tudo, permaneço afastado

a monopolização da sabedoria
quantas almas mais vamos sugar por ideologias compradas
há quantos anos estamos da desalienação
não sei...

mas a mim, restam 48 horas, e o tempo
nunca mais passou a meu favor
estou te desvivendo a cada dia
e tu me esquecendo sem saber que talvez poderíamos
há mar
onde não estouram ondas
sentimento incapaz
meus sonhos já não cantam mais
e o palpitar dilacerado afasta nossos dias não realizados
leve tua mão suavemente ao coração
e minta
nem todas as tuas ideias estão rendidas ao mundo
venha me ver com outros olhos
com outros olhos

olhos tão nublados.
no entanto, pretensão a luz
sou eu que chovo, e tu que tens os olhos marejados de ameaças tempestuosas
esfrega teus olhos, aparta tua dor.

põe teu caos no lugar do meu cais.

terça-feira, 19 de abril de 2011

"Meu blog não é um diário. Aqui escrevo e ponto. Escrevo porque preciso. Melhor, vivo porque
escrevo."

Camila sendo linda no filme: Nome Próprio.

"Não gostou, não lê. Simples assim".

terça-feira, 12 de abril de 2011

"Mas..." - ela parou para ouvir aquelas palavras, por incrível que pareça, dessa vez em silêncio -"...Você já parece perdida de você faz algum tempo, não é?"

Tinha sido pega de surpresa. Por poucas vezes isso acontecia e quando acontecia, ela nunca queria admitir sua fraqueza perceptível. Tinha lido essa semana um fragmento que a fez doer um pouco, a fez lembrar muito, a fez fechar os olhos e repensar mais uma vez nessa tal imagem de estar tão perdida dentro de si mesma, ou para fora do que estava ao seu alcance. Só podia ir até onde acabava seu limite e seu limite - dessa vez - era o outro, a vontade do outro de não estar ali.

E leu novamente, antes de responder impulsivamente a pergunta curiosa acima: "Este documento é para que em qualquer lugar que esteja, antes de sair, nunca plante uma constelação nos olhos de quem nunca viu a luz". E doeu de novo, como todas as vezes que ela voltava naquela mesma página para ler a mesma frase destacada em meio ao "documento de saída". "Antes de sair" - pensou ela, "Antes de sair" repetiu. Revozeava enaltecida pelas palavras que latejavam sua consciência. Reviveu...

Era noite. Quase madrugada pode se dizer.
(como dói relembrar, mas era preciso se livrar de mais essa memória, de mais essa promessa não cumprida)
De roupa limpa, cabelos que cheiravam a noite nem tão quente, nem tão fria de um quase verão submerso de partidas. Seus pés vestiam nada mais que as calçadas e pronta para ir em frente (pela 3ª ou 4ª vez naquele ano) ela disse estar preparada para dançar: Sozinha. O pior não foi dizer estar pronta, mas acreditar que estava. Ela acreditava desgraçadamente que podia continuar, ver e não estremecer, chegar perto e não latejar o peito. E só ela podia ter a certeza de que estava pronta, por mais que todos desejassem que ela estivesse. Como aquele que se aproximou no meio de todos e disse: "Que vontade de te beijar agora, mas eu não posso fazer isso". Ela o encarou e saiu sorridente, ciente de que sua segurança estava de volta e bem presa entre suas mãos pequenas.

Desfilou com olhos brilhantes. Dançou, correu, participou de abraços que talvez só fosse sentir daqui a uns meses outra vez. Voltou a crer. E o mundo inteiro aplaudiu a sua volta, pelo menos antes daquele amanhecer.

Eles se olharam. Entreolharam. Estava tão cansada desse plural existir só no papel que desejou ter uma borracha para apagar tudo aquilo, porém também estava decidida a não olhar pra trás e por isso, esqueceu. Só que para ele não era tão simples assim. Premeditado. Se drogou consciente de que aquilo o impulsionaria. Não era covarde, era apenas imaturo. Segurou-a pelas mãos o mais forte que pôde e os dois partiram dali.

Mas para onde? Muito bem, agora eu lhe pergunto: para onde você vai levá-la? Para de novo enfraquecê-la. Eles não tinham para onde ir porque nunca eram dois, nunca foram. E ele pede pra que ela fique e ela cede talvez desejando mais do que pudesse acontecer, novamente idealizando, protagonizando a mocinha que é enganada, mas não se vinga porque no fim nunca deixa de acreditar. Ou porque não acredita é em vinganças. Ou ainda, porque apesar de tudo ela lhe quer tão bem...

E chega a hora do "documento de saída". O chão é o que resta para eles e é lá que eles fazem o seu lar, rodeado de planos e promessas que não passariam daquela noite, ou que só chegariam até o amanhecer, ainda emocionados.

"Namora comigo? Vamos namorar?" - Não era verdade, ela não podia estar ouvindo isso depois de 3? 4? 5 meses de idas e voltas nunca prontas.
Deitados no chão, olhando pro céu...ouviu-se a voz baixinha cheia de receio dela: "Sim." E lá foram eles, deram as mãos e não olharam pra trás. No caminho, mais uma vez ela o ouviu recitar o futuro dos dois: "Eu vejo a gente junto pra sempre, você não tem medo disso? Eu vejo a gente junto..." Ela não respondeu com palavras, talvez nem conseguisse falar. Segurou a mão dele o mais forte que pôde e caminharam pra onde talvez fosse o único lugar que abrigou suas histórias (e que hoje nem existe mais).

Naquele momento, as roupas pareciam ser uma burocracia tamanha. Amanheceram vestidos um pelo outro. Só que não foram feitos um para o outro e por isso, quando ela o viu abrir os olhos já imaginou quais seriam as suas palavras.

Saiu de lá sem forças e agora, meu grande amigo, eu posso muito bem te responder:
foi depois de tudo isso que eu me perdi.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Os ventos do inverno trouxeram consigo a vontade de seguir, não sei em que direção, mas acredito que os fantasmas do verão possam ser exorcizados diante do frio que chega calmamente, pedindo contágio, sorrindo das formas (ultra)passadas.
Ouço a pergunta: "Para onde você vai..."
Penso em silêncio...se der sorte, em frente. Imitando um personagem de desenho, sigo tentando encontrar as inúmeras pessoas que me habitam.

domingo, 3 de abril de 2011

On-tem...

Eu senti tua falta e quis gritar teu nome.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Dihálogo?

Onde está a minha voz
em ambientes fechados,
hierarquizados, enraizados?
silêncio....

Onde está o meu querer
quando sinto medo,
quando olhares me oprimem
silêncio...estabilizado, instaurado,
onde está o meu diálogo?

Qual o seu acúmulo?
a sua (in)formação,
de onde você vem?
pra onde você foi?

Lógica que se inverte,
[quando fechamos as portas.]
Nem ouço mais.
olho, finjo...
nem [vejo] mais.
sorrio, discorro...
nem c o r r o mais.

Onde está a palavra,
sentenciada.
Quanta polidez
pra promover a sua ordem.
Quanto velamento
pra disfarçar
a crise.

Quando foi que se perdeu,
o direito,
a liberdade,
se é que um dia
(um belo dia)
nós tivemos,
ou são eles que nos têm?

Do que você faz uso,
crença, fé?
Pare.
Perdi meu pé
Pense.
Perdi meu chão
Sinta.
situ(Ação)
Isso aqui ficou só no
papel.
E o seu discurso é nada mais que
reação.

Onde a luta fala?
não aqui.
Seus castelos de cristais
estão prestes a cair.
Onde a luta cala?
Você é fragmentação.

E eu?
Já não creio mais.
Não aqui.
Não por ti.