segunda-feira, 11 de julho de 2011

É no verso que eu me solto
reboliço constante
a tinta da caneta tilinta trilha
os passos que na vida
eu tenho deixado pra trás
e a mão cansada de tanto
segurar sopros dos outros
resolve falar:
- Posso soltar as tantas palavras
que correm soltas dentro de minhas
veias, mas permanecem presas
diante da tua retina?
Me acalma.
Será que tuas falas podem vir
a me servir um dia?
eu que vestida sou Maria
desnuda Sophia
apaixonada sou Laura
calada: prazer, me chama Sara.
Sou tantas, sou várias
e tantas me são
desconheço solidão
Só, que quando chega a imensidão,
quando vejo além do que meus oito
olhos nublados permitem,
torno-me pequena,
sozinha, cansada, frágil
solene,
fria.
Viro a página...
nem no verso eu me encontro.

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