sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
domingo, 25 de dezembro de 2011
Noite de vésperas
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
poematizar
O poema nasceu para ser falado...
...pra pular de boca em boca
e unir as línguas...
Os poemas deveriam estar nas bocas das pessoas
e elas poderiam comê-los
engolir palavra por palavra
letra por letra
degustar som por som
até ele passar pelo tubo digestivo
e GRITAR sentido!
O poema encontra angústia quando passeia pelo corpo
e enlaça seus anseios as mãos de sua amada
despertando vontade e exorcizando paixões...
Eu só queria dizer o quanto ouvir poemas
une as distinções.
sexta-feira, 9 de dezembro de 2011
Por minhas mãos
quarta-feira, 7 de dezembro de 2011
Pra ver se escrevo
sábado, 3 de dezembro de 2011
- Fale mais sobre essa dor
domingo, 27 de novembro de 2011
Você sabe porquê?
sábado, 12 de novembro de 2011
Inflamação
sábado, 29 de outubro de 2011
os três últimos dias de outubro
terça-feira, 25 de outubro de 2011
sábado, 15 de outubro de 2011
quarta-feira, 12 de outubro de 2011
segunda-feira, 10 de outubro de 2011
um vislumbre de morte
quarta-feira, 5 de outubro de 2011
al horria
quarta-feira, 28 de setembro de 2011
sábado, 17 de setembro de 2011
Melhor abandonada
segunda-feira, 12 de setembro de 2011
ou seja
quinta-feira, 1 de setembro de 2011
Desabafo
Após voltar o coração da instituição, foi a vez do meu coração parar
Perco o caráter denunciativo dessa proposição em detrimento de uma diplomacia que nos faz calar, “pelo bem do movimento” gritam uns, quando em contrapartida, me vejo aqui escrevendo e, portanto não paro. Perdi no meio do caminho do parágrafo anterior o caráter denunciativo e mesmo assim acabei de denunciar. O que tenho visto ao meu redor não é só um baile de máscaras em que vence o que produz a melhor fantasia, seja ela com conteúdo histórico ou esteticamente mais encantadora, seja com apropriação de discursos e utopias defendidas na singularidade transparecendo a ilusão de atingir um coletivo que morreu no meio do caminho, diante do preparo das falas. Parece contraditório, mas é isso mesmo, vocês já nos perderam quando se juntaram. Alguns inconscientemente, outros defendendo interesses repudiados tantas vezes pelas próprias bocas. Mas tudo bem, “sou responsável por aquilo que digo, não pelo que entendem do que eu digo” e sendo assim, nós todos nos escondemos atrás do protecionismo paternalista: uma reverência aos paradoxos.
O revoltante é o caráter assumido por aqueles que tomam a linguagem pra si e usam dela para se apropriar das vidas, grande doença do mundo. Da mesma maneira que fizeram os colonizadores quando trouxeram toda a violência linguística, moral, física, fazem agora os donos dos discursos contemporâneos. O extremismo tomado com/por paixão tem de certo modo encarado a vida social crítica não como utopia, mas como revolução pessoal. Se hoje não temos um inimigo estável, se hoje lutamos sem saber exatamente quem estamos combatendo, resta a mim uma só proposição: da maneira como estamos seguindo, parece que seguimos contra nós mesmos.
Chamam pra luta e fecham os olhos e os ouvidos para os próprios soldados. Ainda pior, fingem ouvir, arriscam salva de palmas e depois seguem suas vidas corroborando para a invisiblidade do outro, excluem propagando o discurso da abertura e permanência. E o que mais me toca é que a linguagem me toca e diante dela não me canso.
E de tudo isso, o que restou?
O poder nas mãos dos mesmos. Mudam as caras, ficam os vícios.
segunda-feira, 22 de agosto de 2011
o tic e o tac
domingo, 14 de agosto de 2011
oras
o sobe e desce da memória
sábado, 6 de agosto de 2011
6 de agosto de 2011
Acordei perto das 13 horas. Perdi uma manhã de um dia que se fez com sol em todas as extremidades da casa. A chaleira chiando no fogão e eu insistindo em tirar tudo de mim para esboçar um breve diálogo ameno com o meu inconsciente que não me deixa um dia sem um sonho. Essa noite sonhei que estava lá, num lugar chamado: Natal. As pessoas procurando definir todas as coisas, resolver todos os problemas, fazer de suas vidas sentidos escritos. Adeus, céu azul. Estou seguindo essa mesma sorte, mas já nem sei se por escolha ou por razão. Dói bastante não saber por onde ir quando o caminho já parece estar trilhado. Eu só queria acordar e recolher as folhas secas da sacada. Mas tem sempre algo mais. E não é um jardim pra regar, não literalmente. Não são bocas para sustentar, nem pés pra esquentar. É algo que eu vivo tão sublime e ao mesmo tempo feroz que me come, que me mata, que me preenche. Um tipo de pressão que se faz de fora pra dentro e depois se inverte, quando você olha o calendário e precisa cumprir todos os prazos, não por conta de datas comemorativas, ou pra ter alguns dias de férias no verão. O que eu faço não tem tempo para respirar, porque estou o tempo todo pensando no que deixei de fazer, no que poderia ter feito e isso, às vezes me impede de fazer as coisas no momento em que elas devem ser feitas. É como se tivessem duas forças me puxando, uma pressiona pra cima e a outra pra baixo e eu fico na inércia do que sempre poderia ter sido, mas deixou de ser para cultuar ausências. Lembranças. A água acabou de ferver, perdoe-me a desistência, mas escrever assim não é o que me salva, aliás, escrever assim é o que me prende.
terça-feira, 2 de agosto de 2011
segunda-feira, 11 de julho de 2011
quarta-feira, 6 de julho de 2011
domingo, 26 de junho de 2011
quinta-feira, 23 de junho de 2011
domingo, 19 de junho de 2011
Indetermináveis
quarta-feira, 15 de junho de 2011
terça-feira, 14 de junho de 2011
Entre/vistas
terça-feira, 31 de maio de 2011
segunda-feira, 9 de maio de 2011
quinta-feira, 28 de abril de 2011
Respira fundo e descobre...
http://www.youtube.com/watch?v=VrFtqWfhSO0&NR=1&feature=fvwp
"o que será que será que dá dentro da gente que não devia?!"
Tem um desespero velado por um sistema medíocre que continua enganando. Enganado está quem continua achando que temos voz, direito, que vivemos uma democracia. A democracia que vivemos hoje é a do consumo. Seu único direito e o de consumir cada vez mais, derrubam sua moradia, exploram o seu trabalho, sobrevoam sua cabeça destruindo civilizações inteiras. Apartam a sua voz, deixam-te morrer de fome, e dilacerado estás porque roubaram a sua saúde.Agora, estão de olho na sua sanidade. O louco não interessa para uma sociedade hipócrita, porque da mesma forma que ele extrapola a permissão, ele emite sinceridades que dilaceram a acomodação daqueles que choram a sua frente e quando viram as costas dão risadas fechando acordos com o regime mais ditatorial do mundo, o capitalismo selvagem. Nesse mundo, roubaram a sua identidade e a única coisa que fazemos é reproduzir os discursos dominantes, conteúdos descontextualizados, práticas de recrutamento. Roubaram a nossa melhor alma, arrancaram o nosso coração e desmotivados todos estamos porque é interessante que matemos os nossos pares. Você que senta diante da televisão e encontra entretenimento as cegas, você que anda de ônibus pagando por um direito que é livre teoricamente, o de ir e vir, o direito de pertencimento a um lugar, uma cidade, uma raiz. Olhe ao seu redor, você que ainda tem motivos pra sorrir, desfaça esse riso do engano e passe a refletir sobre a catástrofe que vivemos. Não é passado. Todos nós estamos matando ao outro quando erramos por omissão. Levanta. Esse canto que eu sei está dentro de ti ainda pode renascer e nós sempre podemos. Empoderamento e protagonismo social, acorda e comece a fazer valer o seus direitos. Comece hoje a viver você.
Att,
Eu.
quarta-feira, 27 de abril de 2011
terça-feira, 19 de abril de 2011
terça-feira, 12 de abril de 2011
quarta-feira, 6 de abril de 2011
sexta-feira, 1 de abril de 2011
Dihálogo?
segunda-feira, 28 de março de 2011
quarta-feira, 23 de março de 2011
domingo, 13 de março de 2011
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
Resposta assimétrica ao texto: "Por que elas só dão para idiotas", de Gabito Nunes.
terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
Ela tinha um guri para si. Um guri que não tinha fome e nem conseguia ler como ela. Ela tinha uma vontade de acolhê-lo em seus braços quando ele aparecia sem chão, no meio de qualquer noite imersa de madrugada fria, cinza, ou branca de lua cheia. Ela queria cuidar sem perceber que precisava também de cuidados. Acreditava na intensidade com que ele a segurava quando a queria em meio ao álcool, diante de sons confusos daqueles que não precisam falar o que querem porque apostam na linguagem dos corpos. Ela dormia. Por algum tempo ela dormiu e sonhou. E porque sonhou teve que despertar. Sem o seu guri, já não se reconhecia mais. Adotou outros na esperança de sanar a dor da ausência, mas logo eles também se foram. Não bastava. Nenhum deles era bravo como ele quando ela o contrariava. Nenhum deles pintava a raiva da contradição no coração dela como ele fazia. Um deles sabia desaparecer como ele, mas ainda assim não tinha a audácia no rosto, a mentira nos lábios, as mesmas mãos carregadas de impulsividade como as daquele guri. Agora ela entendia um pouco do que era aquele sentimento conturbado. Nada de paz, segurança, afetividade, nem um pouco de reciprocidade para o bem. Era tudo que circunda o caos, que destrói a auto-suficiência, que fere a afeição. Era tudo o que se sente sozinha. Debaixo de tantos sóis, distante das gotas de chuva de um inverno a dois. Nem isso, nem nada parecia mudar o fato dela ter tido aquele guri para si. Talvez ela nem o tivesse tido, e tenha sido sim, somente carência. Mas, o guri a teve. A teve para si em corpo, alma e coração – como num último romance à moda antiga – porque ela sim, doou-se a ele. Não por se iludir ou ainda, acreditar que seria diferente ao seu lado, mas por irreverência e coragem de viver o que sentia. Por saudade de gostar de si ao lado de outra pessoa. Pra se lembrar de andar com olhar baixo, sentir frio na barriga e corar diante das besteiras a dois. Por vontade de abraçar no escuro, de ter um lugar pra correr na chuva, por ser intensa talvez por uma última vez. Até que um próximo guri chegue, ou não. Ela só precisava dizer que teve um guri pra sentir que até então não houvera morrido a vontade de dividir-se com alguém. E mesmo que hoje ela sinta raiva desse mesmo gurizinho, inconstante, dissimulado, apaixonado, ela pensa nele quando vai dormir. E isso a faz se questionar. E entender que os sentimentos não permanecem segundo a bondade que os envolve, infinitam-se paradoxalmente por aquilo que dói. Quanto mais doer, mais vai ficar. E essa foi a primeira idéia de liberdade que se diluiu em sua vida. Ela achava que quanto mais tristeza a invadisse diante da inconstância dos atos dele, mais seria fácil dela o superar. E assim, ele também se decepcionou, pois igualmente havia dito e feito tudo para que se machucassem, no entanto, não pôde livrar-se do que sentia. Por isso, ela ainda achava que estava ganhando. Enquanto o seu guri planejava a vida sem pensar no agora, ela pensava no agora e os planos iam se desenhando involuntariamente, conseqüências de tantas voltas. Pra quem vive o agora – pensou ela baixinho enquanto sacudia o lençol submerso do cheiro dos dois – o sempre não faz questão de existir. Queria dizer adeus, mas para isso, precisava acreditar no “sempre”. Ela tinha um guri para si, por agora, ela o tinha.