quinta-feira, 23 de junho de 2016

Inspira


Eco e Narciso, de John William Waterhouse, 1903.

Contradição: sua fala na minha. Fica difícil definir onde cada um pisa e vem pisando nessa narrativa de reticências. Profanando o seu lar, que não é só seu; o que eu quero quando me meto nesse buraco que se tornou a sua vida; Narciso se olhou dentro dos olhos; estamos fora do ar temporariamente; Narciso acha feio o que não é espelho, o que não é "certo"; responsabilidade do que é profano, do que é sagrado; Narciso acha feio o que não é espelho.

Uma pausa para o repouso...


"DESEJAR"


"Desejar é a coisa mais simples e humana que há. Por que, então, para nós são inconfessáveis precisamente nossos desejos, por que nos é tão difícil trazê-los à palavra? Tão difícil que acabamos mantendo-os escondidos, e construímos para eles, em algum lugar em nós, uma cripta, onde permanecem embalsamados, à espera."

Giorgio Agamben em Profanações, 2007. 

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