segunda-feira, 24 de maio de 2010

que seja amargo.

os pés gelados que almejam se deitar com outros dois não possuem medo de amplitude, eles querem vagar(eza). é aquela velha história das impressões digitais. os pés que vestem calçadas não as desfrutam porque calçados. por que frios? são pés remotos. controlados por um corpo que não pensa, por um cérebro que não sente. e por um impulso que vai assim como vem. diga-me aonde pisas que eu te direi quem és. assim agem aqueles que agem. um trânsito de pés sem alma, de pisadas que logo se apagam porque somente caminham, não traçam trajetórias, não transcendem por transitar. que tipo de estranhos são aqueles que desejam algo mais do que a rotina dos pés cansados do nada que atingem. e agora, chegam pés para dizer que se perderam no deserto e que de tanto sentirem sede engoliram amargamente a gota de saliva restante. desculpe-me ser intolerante, mas de nada vale seus relatos, porque pés não falam.

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