"Sentimos muito bem que nossa sabedoria começa onde a do autor termina, e gostaríamos que ele nos desse respostas, quando tudo o que ele pode fazer é dar-nos desejos. Esses desejos, ele não pode despertar em nós se não fazendo-nos contemplar a beleza suprema à qual o último esforço de sua arte lhe permitir chegar. Mas, por uma lei singular e, aliás, providencial da ótica dos espíritos (lei que talvez signifique que não podemos receber a verdade de ninguém e que devemos criá-la nós mesmos), o que é o fim de sua sabedoria não nos aparece senão como começo da nossa, de sorte que é no momento em que eles nos disseram tudo o que podia nos dizer que fazem nascer em nós mesmos o sentimento de que ainda nada nos disseram."
Proust, 1905
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