quarta-feira, 30 de junho de 2010

Vai me ver com outros olhos ou com os olhos dos outros? Já dizia Leminski quando o mundo o decepcionava. Não pelo que os outros pensavam, mas pelo que o mundo era. O mundo era aquilo que você não pensava que pudesse ser. O mundo era utopia. Esse era o mundo. E você era real. Senti meus olhos cansados e meus dedos doendo pelo que é ser. Não há de ser? Acredito que seja. Seja primavera, inverno, que tempo é esse capaz de me fazer mudar? Queria esquecer que segundos passam porque deixamos de acreditar somente naquilo que realmente somos. O que é real? O que somos nós? "Meus olhos choram, pois não vão mais te ver." Meus sonhos se perdem, pois não são mais você. No entanto, quem são os antes? Aqueles que chegam pra dizer que foi? Queria esquecer que aquilo que quero se destrói em milésimos e aquilo que sou não passa de conversa furada. Queria ser mais, alcançar estrelas e almejar horizontes, mas teus passos só me fazem recuar porque talvez nada sou sem tua consolação, sem teus olhos de aprovação e teus gestos de orgulho. Talvez amanhã eu me arrependa de te querer tanto antes de ir, porém nada sou sem essa vontade, nada sou sem fechar os olhos e ouvir teu riso, imaginar teu gosto. Queria somente deitar e creer que minhas aventuras nada são sem teus braços cobrindo meus medos. Agora vou, teus olhos piscam ainda que não sejam teus.

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