quarta-feira, 27 de abril de 2011

meus olhos, querido amigo, estão nublados
nublados de tanto chover.
meus dias, meu caro amor, estão cansados
cansados de tanto esperar.
meu pranto fragmentado, meu peito cortado
sorriso quebrado e de tudo, permaneço afastado

a monopolização da sabedoria
quantas almas mais vamos sugar por ideologias compradas
há quantos anos estamos da desalienação
não sei...

mas a mim, restam 48 horas, e o tempo
nunca mais passou a meu favor
estou te desvivendo a cada dia
e tu me esquecendo sem saber que talvez poderíamos
há mar
onde não estouram ondas
sentimento incapaz
meus sonhos já não cantam mais
e o palpitar dilacerado afasta nossos dias não realizados
leve tua mão suavemente ao coração
e minta
nem todas as tuas ideias estão rendidas ao mundo
venha me ver com outros olhos
com outros olhos

olhos tão nublados.
no entanto, pretensão a luz
sou eu que chovo, e tu que tens os olhos marejados de ameaças tempestuosas
esfrega teus olhos, aparta tua dor.

põe teu caos no lugar do meu cais.

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