quarta-feira, 5 de outubro de 2011

al horria

Re-significa.
Por que eu tenho escrito tão pouco?
E visto meu peito guardar todas as angústias pra si como egoísta que é.
E como egoísta que sou, não divido a minha dor com ninguém.
Ser assim arde. E arder é a maneira que eu encontrei de te manter longe de mim.
Tu e todas as tuas (re)voltas em vão.
Volúvel que fomos.
Perante o abismo, diante da leveza do voo, eu fui.
Flutuei durante quatro andares.
E a queda, que era pra ser livre, passou a ser resgate.
O mais impactante é que depois dali não tem mais nada.
O nada transparente da volúpia roubada.
Além de todos os rabiscos, rascunhos rasgados, risos e rastros,
Foi de passagem também a lucidez, o estado sensato da loucura,
o instante da calma, a distante realização da f e l i c i d a d e.
Quero cortar os meus dedos na tentativa de diminuir essa falha.
Porque tenho insistido tanto nessa falha
e deixado de ser na tentativa de tapar buracos que nem mesmo
consigo identificar onde estão...
Ouço vozes, rememoro em desespero, uma escrita que grita
para liberta-se de mim e assim libertar-se de si.
A l f o r r i a. Quando vou me livrar dessas algemas?
Sinto falta de escrever sem fugir de algo, sem a necessidade constante
de apagar as palavras que saem para demonstrar sentimentos duais.
Há algum tempo escrevi: chega, eu não vou mais sentir.
Talvez eu quisesse dizer que não seguiria mais sem ti e quando resolvi
por decretar a falência das minhas táticas de salvamento desse sentir,
O prédio já tinha sido impludido e nem pular do sétimo andar
da janela do teu quarto eu pude mais.
Eu sou o atraso.
Atraso-me pra esquecer que um dia já fui pontual e esperei em vão
por aquele que nunca me apanhou.


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