quarta-feira, 13 de outubro de 2010

- O que mais me dói é saber que eu não vou mais te fazer sorrir.
- Você ainda me faz sorrir.
- Não como antes.

(Antes da Enchente)

Silêncio, tempo de silêncio ensurdecedor. Onde as casas caem, as pessoas saem em busca daquilo que ainda resta para elas. Seus olhos se revestem de esperança quando deveriam estar chorando. Aos prantos, crianças são tomadas de seus lares por uma chuva que não cessa. E depois, vem a nau resgatar o que restou daquele temporal. É um vendaval sem mais restícios. Só faz transbordar. Enchente é sentimento que transborda.

(Depois da Enchente)

- Eu te quero!
- Quer mesmo?
- Eu te quero. Eu te quero muito! Eu te quero bem.

Tem música que toca pra zelar por nós. Assim como afinidade, as notas nos fazem acrescentar um pouco mais de sentimento naquilo que faz acontecer. Mas tem distância que faz o olhar sério. Porque às vezes, nem dói tanto assim saber que não somos mais motivos que fazem as pessoas sorrirem. Elas encontram outros motivos. Tem vida que segue, mesmo depois da água destruir todo aquele sentimento de paz. Precisamos nos conformar, nem sempre somos quem segura as mãos pra que não sejam levados pela correnteza de tristeza e desistência. Mas não há conformismo que me faça entender. Eu não entendo você. Eu não entendo você nove vezes, infinitas vezes.


"Imagine então se nada mais pudesse nos prender e eu de fato conseguisse enfim viver como deveria ser."

É como enchente.

"Somos livres e este é o inferno"

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